quarta-feira, 21 de setembro de 2011

À Velha Senhora que sabe de tudo e de todos

E você ainda deve estar procurando o começo do qual não existe um fim. Olhando temerosamente para as pessoas como se elas não fossem feitas em cores. Reparando o pó e o desuso de todas as coisas. Vivendo um amor vazio sob o pretexto de virtudes que nunca existiram. Sob o silêncio da lua chora água fria. Pensa que no fim de um caminho penoso e rijo ainda há a recompensa querida. Vive dia-a-dia sob rugas velhas e conhecidas, acompanhada de uma memória plástica e vazia. Achou que seria feliz um dia, sob pretexto de virtudes que nunca existiram em sua vida mesquinha. Orou para que as velhas bonecas repetitivas tornassem a ser suas amigas. Solidão e silêncio tornaram-se a resposta que já conhecia. Assim é sua vida, dia-a-dia. E você ainda insiste em falar mal das pessoas, julgando-as perversas e mesquinhas, sem olhar no espelho para ver o quanto é tu um puro e amargo semblante vazio.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O Ébano Vadio

          Ele deixa o corpanzil moreno cair sob a escada de ferro oxidado, olhar distante e não menos tão sábio. Idéias fluentes rumo ao vazio.

          Olhares atentos de garotas suadas. Paixão negra e curiosidade atada. Ele é o ébano vadio desejado e cobiçado entre garotinhas, meretrizes e donas de casa.

          Acende seu cigarro e olha manso para o corredor abaixo. Chega logo a garota amena e desinteressada, um jovem de preto a acompanhá-la. Ele olha quieto e recorda seu trabalho.

          Da primeira que se aproxima surge um comprimento de olhar e um leve aceno, depois apenas falácia e arranjo e é violência negra na silhueta e um humano.

          Ele anda calmo e dançante pelas ruas, ébano vadio. Ele cheira como café quando é a mulher a se apaixonar e cheira ao enxofre quando é homem a enfrentar. Ele é o Deus negro de ébano, o ébano vadio.

          Quando seu cigarro cai interrompido e estressado ele cruza o braço e lá cai mais um coitado. Porque ele é o ébano vadio. Negro, Suado, músculos retesados, socos e chutes para todos os lados. Luta ferido e esfaqueado. Ele é mestre das brigas tão bem quando desejo das mulheres na cama.

          Quieto como a noite, forte como a terra e nome de violência, ébano vadio assim passa as noites, com aquele velho cigarro sentado no mesmo lugar no escuro. Ele é o rei das mulheres e a morte dos tolos. Se não há palavras que descrevam esse homem parrudo se não de ébano vadio? Seria Morte a nomeação certa.

          Mas assim simples não se conta a estória dele. Pois segue-se nas próximas linhas o relato de sua vida.

          Nasceu negro como ébano, foi nomeado por um nome que ele mesmo não faz questão de lembrar. Ele pulava e brincava como qualquer criança, mas mantinha um olhar fixo no horizonte vazio. Memórias vagas e fantasias envolviam sua mente. Ele tornou-se então apegado ao negro e ao diferente. Negava toda a existência da lei. Ele era furioso e ardente.

          Já jovem e trabalhador, ele ergueu sua silhueta com muito ardor. Ele trabalhava em baixo do sol duro e mortal e mantinha-se como seus antepassados, firme e forte onde homem simples caia cansado. Seus olhos viam muitas obras e ele sempre se perguntava os porquês das coisas, mas nunca havia alguém bom o bastante para lhe dar respostas fies ou sensatas.

          Jovem e de fala mansa, negro como a noite e forte como um boi, ele logo arranjou mulheres, escolhia aos montes, mas nunca achou uma que realmente lhe desse sossego. Ele viajou então as terras e por muitas pernas belas passou, mas nunca a mulher destinada para a sua paz encontrou. Ele era homem forte, não muito paciente e era esse jeito forte que muitas pessoas lhe vieram. Ofertas criminosas, bondosas ou assustadoras lhe vieram, todas elas ele negou. Era ele uma trovoada negra, mas não e nunca demônio vil. Nesse jeito manso e sempre fumando seu único sossego encontrou um casal bizarro, espécie de contraste que ele gostou. Em meio a tal amizade sua paz ele encontrou. A garota pensa astuta e o rapaz de preto lhe da respostas engraçadas e até lhe faz algumas perguntas. Amizade foi assim que isso ele nomeou.

domingo, 18 de setembro de 2011

O Jovem de Preto


        Aqui, numa noite simples de pouca luz. Numa noite em que só o barulho incessante das teclas se faz ouvir. Onde nem mesmo a respiração do escritor se opõe a voz d’alma. O escritor comete o pecado maior. Ele libera do mais profundo e profano de seu ser a angustia que toma posse da caneta e que faz movimentar seus músculos lembrando de palavras que juntas lhe formam e trazem visões do seu passado. Um passado imaginário tão forte que por muitas vezes, faz-se real. Nestas breves linhas que se seguirão, fica marcado quem é o rapaz que veste preto e brinca com curiosidade e que também possui olhos distantes e velhos.

        Tudo começou numa conversa acompanhada por belas imagens. Um casal cruza a vida de um jovem que anda determinado e que não notaria a presença nem se quer de um ente querido. De tão fria que é sua alma. Ele ostenta um significado mudo na forma de um brasão. Significado que se perdeu na memória do infinito.

        O jovem de cabelo curto, porte médio e estatura alta rosnava alguma coisa. A garota nota. Eles então começam uma conversa. A conversa termina em risadas, em confiança e em uma esperança.

        Sabe você que uma pessoa solitária é bem fácil de ser compreendida e encontrada. Todas elas tornam o primeiro gesto de carinho ou em alguns casos mais tristonhos até mesmo umas poucas palavras, num amor perfeito. A solidão gera dois efeitos que pude notar, ou apodrece e enrijece o coração ou torna ele uma esponja que qualquer atenção é como água que será sugada. E este é o estado que define a primeira face do homem de preto. O jovem. Um possível eu ou você.

      Então uma vez trocadas informações que possibilitam pessoas de se encontrarem de formas esporádicas, estes dois passaram a se encontrar de modo cada vez mais freqüente. E surgiu uma amizade, comum quando duas pessoas trocam vontades, desejos e gracejos. E o que melhor define uma amizade se não uma boa conversa fiada, um presente de vez em quando e um gracejo que ambos as vezes sabem que vale e as vezes que não vale. Sabe como é, amigo não diz que está ruim, ele diz que poderia ficar um pouco melhor.

        Dessa bela amizade, gerou-se uma intimidade. E com a absoluta falta de experiência dos dois e certa barreira que lhes impediam, eles mantiveram aquele tipo de intimidade distante, trocando caricias intimas por meio de cartas. Assim fazem os amantes. Tais cartas se tornaram um pouco mais intimas, trazendo desejos e exigências que nunca deveriam ser exigidos ou fornecidos. E a parte mais impressionante fora essa. Com um amor distante a crescer inexoravelmente e a falta física que faz efeito aos amantes, a loucura tomou conta quando a inexperiência afrouxou o laço.

        E como todo laço humano frouxo, ele se rompe, ele se gasta. De leve, e sem perceber, o amor tomou a forma de nojo de uma parte e de outra algo desafeiçoado. Tornando-se vulgar e perdendo a inocência com que começara. E assim talvez sejam também os casamentos desfeitos e perdidos de amor. Mas nesse caso, uma força física exigida tornou-se algo perdido e o frágil receptáculo do amor que era vidro se quebrou.

        E tudo voltou para aquele momento. Eram dois estranhos a passar um pelo outro. Eram novamente pessoas a olhar para frente, sem a lembrança da inocência com que aquilo havia começado. Ambos buscaram novo amor. Somente uma nova dor lhes veio. Assim é quando um amor forte de origem pura termina sem que um crime ou um injurie maligno tenha acometido. Pois ali houve apenas um laço frouxo que não foi apertado por falta de palavras de poder. Faltou-se um não, faltou-se um sim e faltou-se o respeito. De um lado ouve-se que o amor se esvaiu do parceiro e que este perdeu o respeito. Que este perdeu o carinho e tudo que aquele amor significava. Do outro lado, havia mesmo uma pessoa perdida. Uma pessoa diferente. Uma pessoa amargurada. Uma pessoa que sofreu cega e calada. Mais cega do que calada. Pois foi justamente por não ver o seu erro a ser agravado e transformado em arma que lhe impediu de falar. Sabe? Como nas traições, onde a maioria se dá por um ato simples como a falta de um bom dia, um abraço e afetos simples. Muito costumeiro da traição. Enfim. Acaba assim ao acaso e sobrevive apenas de uma falta de conversa um amor perdido, um amor inocente que foi queimado pela falta de comunicação. A falta de negação. A falta de pequenos detalhes que nunca foram trabalhados. Assim como um quadro que o artista pintor julga ter feito dele uma péssima obra. Foi feito com esse amor.

        Passados dias longos, e de erros nas mãos, talvez possa esse belo amor morto ser revivido. Pois se existe uma probabilidade, ela é um possível caminho a ser tomado. E como toda probabilidade, existem fatores que podem aumentar a chance de torná-la realidade. Como tudo que falta na maioria das famílias, na maioria dos amores e no cotidiano de muitas das relações humanas. Falta o perdão seguido de uma reformulação da razão de ser daquilo. E como um ideal, construir do projeto aquilo que deu errado. Pois nada é mais justo com um amor que é levado para um mal caminho ou com uma casa que é feita errada do que começar daquele ponto zero em que tudo era perfeito. Em que tudo era bom e seguia o plano.

        Acredito que pensando assim, muitas pessoas podem reparar o que o homem de preto perdeu. Aquela mulher que lhe fez suspirar, que lhe aqueceu as noites geladas de inverno e que fez nele desabrochar sua verdadeira origem. Fez dele o psicólogo. O psicólogo que ajudou a violinista. O psicólogo que correu com aquele de cabelo de fogo. O psicólogo que se tornou amigo de Gabriel, aquele que desapareceu com a noite. O psicólogo que morreu ao lado do louco.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Salve a Rainha

          Era noite, os rios corriam descendo a serra que ali com sua grama brilhante estava, era magnífico a luz da lua em cima a brilhar, refletindo na terra toda a sua magnitude, ao longe ainda ouvia-se o ranger do metal, os sons da guerra, mortes, bravatas, os bardos ainda tocavam inspirando as tropas, e ali estavam duas figuras, imponentes, mesmo uma estando encostada em uma grande arvore com seus ferimentos graves a mostra, com vista para um belo lago, e a outra em pé com uma espada muito elegante em suas mãos, a coroa a poucos metros da li.

          A pessoa encostada na arvore acabou com o silencio melancólico da situação – Berivele, Estas com minha espada em punhos? Guarde-a bem entendeu, pois preciso descansar um pouco mais.

Berivele – Sim meu Rei, e o que desejas que faça com sua espada?

Rei – Estamos sós Berivele, não me chame de Rei garota, ou te golpeio na cabeça como nos velhos tempos, está bem?

Berivele – Mas Lauro agüente, em breve voltaremos para o castelo, certo?

Lauro – Garota tola que és mesmo, já é tarde para min, teu Rei precisa descansar, dormir um longo sono, sonhar Berivele, seu Rei precisa sonhar.

Berivele – Meu Rei, quer dizer, Lauro, não diga isso! Vamos pegue sua espada, és um homem, componha-se!

Lauro – Homem? Em meu leito de morte, ainda queres zombar de min? Pois bem lembrado, tira minha mascara, com sua magia, minha grande maga.

          Berivele com alguns gestos, e um pó misterioso, lançou o feitiço, e o que era um Rei poderoso e forte, tornara-se uma frágil e linda mulher, de cabelo curto e louro, com seus olhos negros e corpo voluptuoso.

Berivele – está feito meu Rei, sua verdadeira face está de volta, linda como sempre, e posso chamar-te por teu verdadeiro nome?

Moça – Sim, devia já desde o começo, pois amo ouvir tua voz chamar por min de Tânia.

          Como um gesto impulsivo e desesperado Berivele beija Tânia como se fossem amantes por toda a vida, com muito amor e ternura, sentimentos que só pessoas que passaram uma vida juntos entendem.

Tânia – Berivele, leve minha espada, e a esconda do mundo, com toda a força de sua mágica, pois esta arma não serviu a sua existência, e não é digna do nome “Salve a Rainha”.

          Berivele se ergueu, olhou em volta, pegou a coroa, colocou na cabeça de Tânia, agora com olhos semi-serrados em seus momentos finais.

Tânia – Vá minha amada, ganhe esta batalha, meu reino nunca ira cair, enquanto houver esperança, e você é a esperança do reino.

Berivele – Minha amada, darei outro fim a sua espada, ela ira brilhar esta noite, só lamento que não possa vela daqui, mas ela honrara o acordo que fez com seu criador, mais de 1 milênio atrás.

          Berivele virou-se para arrumar o cavalo para a partida, quando voltou a olhar para a moça, a vida já tinha se esvaído, e estava lá, aquele corpo, magnífico em sua armadura Real, o brasão do maior reino do mundo, que fora construído por uma mulher.

          Berivele pegou a coroa, pos em sua cabeça, guardou a espada em sua cintura, era um sabre, não pesava muito, e não prejudicaria sua conjuração.

          Berivele cavalgou de volta para o campo, onde ocorria a batalha entre o reino de Finnagan do Rei Lauro e o Império de Yasmov das terras do sul, a guerra durava 14 anos já, era hora de por um fim, em um combate mortal, os dois exércitos lá se encontraram, durante uma ousada estratégia inimiga, o Rei Lauro fora atingido gravemente por uma lança mística, de um cavaleiro negro do exercito inimigo, o maior orgulho dos mesmos.

          Não demorou muito, lá estava Berivele, olhando para seu exercito sendo massacrado pelo dês-esperança, então ela pega sua espada, conjura uma magia para amplificar sua voz, ergue “Salve a rainha”.

Berivele – Homens de Finnagan! Seu Rei morreu honrosamente em batalha! Mas vos digo! Sua rainha ainda vive, diante de vocês! Com a espada de vosso Rei! Salve a rainha!

          Por todo o campo ouvia-se perguntas. Mas que rainha? Temos uma rainha? Logo esta fala foi substituída, quando a arma lendária começou a brilhar pela magia de Berivele, eles conheciam, o nome da arma, e sabiam a lenda, que a arma brilharia, em momento de trevas, para proteger a rainha, de todos os males do mundo. De repente, todos gritavam freneticamente – Salve a rainha! Salve!

          Os generais agora mudavam sua estratégia, era ataques totais, frenéticos liderados pela espada, Berivele se espantou, não estava mais brilhando por sua magia, a espada dominava o corpo de Berivele, era como se fosse seu braço, sua mente, a espada que antes ardia como uma tocha, agora parece um incêndio na multidão, uma forte luz azulada emanava de Berivele e sua montaria, era como um deus, em meio a seu exercito.

          Berivele lança magias devastadoras em todo lado, seu exercito parecia maior que antes, um a um todos os inimigos caiam, Berivele se isolara em meio ao exercito inimigo, era invencível, o poder da espada, protegia Berivele e sua montaria contra golpes normais, e poucas magias que lhe lançavam, nem o Rei inimigo entendia, o porque daquele monstro em campo de batalha, seus magos perguntavam a ele a todo o momento o que fazer, nada era efetivo contra aquela besta.

Rei Teodor – vejam pó si mesmos, este é o poder verdadeiro do Rei Lauro, é por ele que viemos, com ele dominaríamos o mundo, mas agora vejo que errei, mais de metade de meus homens já caiu perante aquela espada, sem contar a outra parte levada pela onda frenética daqueles guerreiros loucos.

          O cavaleiro negro então se aproximou, imponente, e ergueu sua lança.

Cavaleiro Negro – Meu Rei, já derrotei este Rei inimigo uma vez, farei de novo! Magos! Coloquem todos os feitiços possíveis em minha carne, irei matar o seu monstro.

          Poucos minutos depois, estava o cavaleiro, indo em direção a besta, mais e mais cabeças rolavam, os dois logo se encontraram, logo os guerreiros se afastaram, era um duelo, de poderosos, não deveriam interferir, ambos os lados acreditavam fervorosamente em seus representantes, logo desceram os dois dos cavalos, o cavaleiro sacou sua espada longa, trocaram golpes, era defesa e ataque perfeitos, o cavaleiro tinha uma precisão incrível, já Berivele, a defesa suprema, a espada do cavaleiro era mágica também, logo cortes começaram a aparecer em Berivele, então o cavaleiro previu o fim e pos a falar.

Cavaleiro – Meu nome é Galfgarion, pena meu Rei ser um fraco, e ter de me por a lutar em seu lugar, mas já o derrotei uma vez, e agora retornas das cinzas, para me desafiar? Desta vez irei garantir tua morte!

Berivele – Eu já penso diferente, irei vingar meu rei! Trazendo a gloria a Finnagan, que pelo visto, trouxe inveja aos olhos do vosso reino.

          Berivele já estava cansada, não agüentava mais, precisava matar o cavaleiro, para que a moral das tropas inimigas morressem e a batalha acabasse, foi então que ela decidiu, usar de sua magia, fortaleceu a espada, e seus braços, para um único golpe preciso, Berivele então ergueu a arma, preparou para a estocada, deu um salto, retirou sua proteção, e a deixou somente na espada, foi então que espada e armadura, ambos mágico colidiram, com varias magias carregadas em ambas, o sabre se partiu, a armadura trincou, e logo virou pó, o cavaleiro enterrou com desespero sua espada no braço de Berivele, e o arrancou logo depois, com o braço e a espada no chão, O cavaleiro se precipitou, para o golpe de misericórdia, mas esqueceu que seu inimigo não era guerreiro, talvez tenha passado esse detalhe em sua mente, quando ele viu o sorriso de Berivele, que rapidamente conjurou uma lança de energia, e facilmente atingiu o peito nu do cavaleiro, a lança o trespassou, acabou, poucos minutos depois, o Rei Teodor já estava capturado, Berivele caiu, longe dos clérigos, e das proteções dos magos, seu sangue correu pelo campo, ela olhou para a espada partida, mas ainda assim brilhante e majestosa, e resmungou algo, que parecia uma jura de amor, para logo depois fechar seus olhos.

Amar e Servir


Eu só sei,
Que não te quero mal,
Não te imagino mal,
Não te farei mal,
Não deixarei que te façam mal.

Quero expurgar todo o mal de seu coração,
Quero sentir sua alma límpida em meu coração,
Quero que tuas palavras incendeiem meu coração,
Também protegerei seu coração.

Unirei-me em sua fé,
Você será minha fé,
Amarei-te por fé,
E se tudo estiver perdido em você, eu ainda terei em você fé.

Em tua beleza encontrei paixão,
Em teu carinho sempre houve paixão,
Tua carne desejo com paixão,
A tua alma me devoto com paixão.

Zelo para tua proteção,
Em ti também encontrei proteção,
Teu coração será minha maior proteção,
E Minha alma será sua impenetrável proteção.

Trato-lhe com o fervor do amor,
Mais jamais vou roubar o teu amor,
Quero sentir o esplendor de ganhar o seu amor,
Pois aqui a ti declaro meu amor.

Enfim de te ganhei a amizade,
Mas há amor mesmo na amizade,
O que sobrevive ao ódio, rancor, medo é a amizade,
E o que sempre terás de min é a minha leal amizade.

        Não sei se te amo ou se te quero bem, só sei que a min conquista-se para todo o sempre, e a ti sempre servirei mesmo se viera me odiar, eu ainda baixarei minha cabeça e me curvarei diante de ti, pois desse a min a oportunidade de conhecer o que existe de mais belo em ti, tua personalidade, tua amizade, tua simpatia, teu carinho... Horas quem quer eu enganar?

Meu Pior Amor

           Estive lembrando esta manhã do quão divertido pode ser a vida. Se levada a sério com uma pequena parcela de insanidade. Joguei para trás do sofá as minhas roupas velhas. Olhei para meu sofá rasgado e traguei de leve meu cigarro. Não sabia direito o que esperava. Mas estava lá. Silêncio. Estava tudo muito quieto. Pássaros não cantavam, carros não se moviam e pessoas não falavam. Era uma tarde fria, com uma tímida chuva a cair sobre o mundo. Então peguei meu velho violão, passei um lenço sob seu verniz empoeirado. Ele brilhou no lugar do sol para mim. Então batendo meu pé, que estava com a meia aparecendo através de um buraco perto do dedão, me pus a tocar meu velho violão. Fez-se som naquele ambiente com cores quentes de uma tarde de verão.

           Então finalmente parando enquanto meus dedos ardiam por um esforço que há muito tempo não fazia. Lembrei do que tanto nela busquei. Andei até a porta, passei por ela e me virei lentamente. Impulsos e memórias ainda latentes em minha mente criaram vida. Vi todos os seus passos da ultima noite. Uma lagrima escorreu lavando as memórias doídas. Fechei então a porta e tranquei aquele lugar pela ultima vez. Pois sou um tipo simples de homem e não me apego a coisas vazias. Assim como foi seu amor.

Mulher, Política e talvez uma Mudança


          É comum hoje em dia o brasileiro falar de política. Pois está tudo mais acessível, inclusive a informação. O brasileiro tem buscado cada vez mais por seus direitos, e um deles é o direito de ter um governo justo e limpo. Nessa busca, nos deparamos hoje com uma mulher no poder. Mulher está que foi vitima de diversas críticas, que como sempre, foram fundadas no vazio. Acredite se quiser, mas saiba que muitos disseram que ela era militar e fez parte da ditadura. Tais acusadores possuíam uma explicação bem lógica para tais acusações: Uma mulher no poder. E como todo bom ser humano, se possuiu aversão ao novo. Pois com tal novidade era certo que o balanço do poder mudaria.

          Dito e feito. O que os críticos mais haviam esperado de Dilma foi feito. Hoje está a cair grande parte da política antiga. Onde antiga se refere ao fato de este poder ter passado de mão em mão entre os políticos. Sempre seguindo um metódico plano perfeito. Plano esse que permite tais furtos ao tesouro nacional. E sabem-se lá mais o que já se fez com o dinheiro do bom trabalhador. Estruturar um sistema de saneamento e mais escolas com certeza não foi.

          Fala-se tanto agora em superfaturamento de obras publicas. Incrível como a mídia insiste em mostrar tais erros agora. Talvez tenha ela sido libertada dos grilhões de tal força política que esteve no poder por tantos anos. Imagina-se que agora finalmente as empresas privadas venham a ajudar contra tais furtos aos cofres públicos. Pois com a volta do dinheiro que nunca deveria ter saído do tesouro, talvez haja um espaço para discutir uma leve compensação usando números um pouco menores para definir os impostos. Crê-se que uma mão pode lavar a outra, não é mesmo? Espera-se que sim.

          Outro comentário para se tomar nota é simplesmente: quem assumirá o poder, com tantos casos de corrupção e demissão de funcionários corruptos? Pois bem. Não existe hoje uma força jovem que estuda e trabalha? Pode-se muito bem botar o mais interessado em saúde e educação para governar tal área. Se existe uma falta de experiência, também não é um problema. Temos ex-políticos dando palestras por ai, embora tais nomes que não vem ao caso agora, já sejam de conhecimento publico e de forma bem desagradável. Mas perfeição nunca existiu mesmo, então se podem tolerar alguns detalhes.

          Por fim, não há muito que dizer que já não tenha sido absorvido pelo bom e velho brasileiro. Sabe-se então que nosso futuro político caminha ao menos para uma direção nova. E espera-se uma revolução no poder tão bem quanto mulheres a mais em tais cargos. Já dizia a dona de casa: uma mulher sabe fazer uma boa faxina. E temos um pouco de garantia em tal dito comum entre as donas de casa. Esta acontecendo uma faxina na administração publica.

Sobre Bardos e Fadas


          Ah, sob muitos estudos e diversas formulas, por anos a fio estudei, mas tal mistério negado aos mortais, pouco conhecido pelos deuses e almejado por todos foi de grande incômodo. Então buscando entre os circenses encontrei uma cigana que me leu a mão. E disse que sob as nuvens e abaixo dos céus eu acharia a tal resposta. Mas por fim sob a terra e os sete mares ainda não encontrei.

          Porém certa noite quando tocava meu Alaúde veio a mim uma fada dançante. Esfreguei os olhos sob a face das mãos, mas ela ainda estava ali. Era verdade e enfim a resposta encontrei. Elfas dançantes não ficam bravas com bardos errantes.

          Sob a noite clara e com a lua de minha testemunha, meu amor à dançarina declamei. Disse ela então. - Seu amor jamais terá consumado, se pensa que me possui, pois sou espírito feérico e não tenho dono. Também não possuo amor por homem algum, pois não me apego à carne. Sou fada dançante, cante para mim e eu dançarei perto de ti por toda tua vida.

          Assim toquei até que o branco veio a minha face, meus olhos já sem brilho não enxergavam o alaúde e minhas mãos já doíam. Então disse a ela. Sinto muito minha fada querida. Não mais posso tocar para ti. Então me deixe. Pois meu corpo já pede pelo descanso final. E então ela me surpreendera uma ultima vez.

          Quando primeiro te vi. Não dançava para a música de teu instrumento. Segui por dentre as nuvens até aqui dançando a musica que toca dentro de ti. Musicam suave e silenciosa que somente um ser de bondade consegue experimentar.

          Então lhe perguntei qual era o instrumento que podia tocar uma musica assim. Ela simplesmente respondeu. - Teu amor por mim.

O Coração da Menina


Qualquer dia,
Qualquer esquina,
Pode ser de noite,
De dia,
Estarás fora de rotina,
Uma coisa brota repentina,
Um desejo de menina,
Um amor forte que no peito se aninha.

Talvez bata mais acelerado,
Talvez esteja magoado,
Talvez encouraçado,
Mas ainda é um coração apaixonado,
Coração de menina.

Ele brota de mansinho,
Assim quietinho,
Um amor todo delicado,
Que deixou o peito aquecido.

De repente,
Tudo era mais bonito,
O mundo agora já tinha sentido,
Todo dia era feriado,
Todas as noites acordada,
Por um amor apaixonado,
Pois este é um coração de menina.