Era noite, os rios corriam descendo a serra que ali com sua grama brilhante estava, era magnífico a luz da lua em cima a brilhar, refletindo na terra toda a sua magnitude, ao longe ainda ouvia-se o ranger do metal, os sons da guerra, mortes, bravatas, os bardos ainda tocavam inspirando as tropas, e ali estavam duas figuras, imponentes, mesmo uma estando encostada em uma grande arvore com seus ferimentos graves a mostra, com vista para um belo lago, e a outra em pé com uma espada muito elegante em suas mãos, a coroa a poucos metros da li.
A pessoa encostada na arvore acabou com o silencio melancólico da situação – Berivele, Estas com minha espada em punhos? Guarde-a bem entendeu, pois preciso descansar um pouco mais.
Berivele – Sim meu Rei, e o que desejas que faça com sua espada?
Rei – Estamos sós Berivele, não me chame de Rei garota, ou te golpeio na cabeça como nos velhos tempos, está bem?
Berivele – Mas Lauro agüente, em breve voltaremos para o castelo, certo?
Lauro – Garota tola que és mesmo, já é tarde para min, teu Rei precisa descansar, dormir um longo sono, sonhar Berivele, seu Rei precisa sonhar.
Berivele – Meu Rei, quer dizer, Lauro, não diga isso! Vamos pegue sua espada, és um homem, componha-se!
Lauro – Homem? Em meu leito de morte, ainda queres zombar de min? Pois bem lembrado, tira minha mascara, com sua magia, minha grande maga.
Berivele com alguns gestos, e um pó misterioso, lançou o feitiço, e o que era um Rei poderoso e forte, tornara-se uma frágil e linda mulher, de cabelo curto e louro, com seus olhos negros e corpo voluptuoso.
Berivele – está feito meu Rei, sua verdadeira face está de volta, linda como sempre, e posso chamar-te por teu verdadeiro nome?
Moça – Sim, devia já desde o começo, pois amo ouvir tua voz chamar por min de Tânia.
Como um gesto impulsivo e desesperado Berivele beija Tânia como se fossem amantes por toda a vida, com muito amor e ternura, sentimentos que só pessoas que passaram uma vida juntos entendem.
Tânia – Berivele, leve minha espada, e a esconda do mundo, com toda a força de sua mágica, pois esta arma não serviu a sua existência, e não é digna do nome “Salve a Rainha”.
Berivele se ergueu, olhou em volta, pegou a coroa, colocou na cabeça de Tânia, agora com olhos semi-serrados em seus momentos finais.
Tânia – Vá minha amada, ganhe esta batalha, meu reino nunca ira cair, enquanto houver esperança, e você é a esperança do reino.
Berivele – Minha amada, darei outro fim a sua espada, ela ira brilhar esta noite, só lamento que não possa vela daqui, mas ela honrara o acordo que fez com seu criador, mais de 1 milênio atrás.
Berivele virou-se para arrumar o cavalo para a partida, quando voltou a olhar para a moça, a vida já tinha se esvaído, e estava lá, aquele corpo, magnífico em sua armadura Real, o brasão do maior reino do mundo, que fora construído por uma mulher.
Berivele pegou a coroa, pos em sua cabeça, guardou a espada em sua cintura, era um sabre, não pesava muito, e não prejudicaria sua conjuração.
Berivele cavalgou de volta para o campo, onde ocorria a batalha entre o reino de Finnagan do Rei Lauro e o Império de Yasmov das terras do sul, a guerra durava 14 anos já, era hora de por um fim, em um combate mortal, os dois exércitos lá se encontraram, durante uma ousada estratégia inimiga, o Rei Lauro fora atingido gravemente por uma lança mística, de um cavaleiro negro do exercito inimigo, o maior orgulho dos mesmos.
Não demorou muito, lá estava Berivele, olhando para seu exercito sendo massacrado pelo dês-esperança, então ela pega sua espada, conjura uma magia para amplificar sua voz, ergue “Salve a rainha”.
Berivele – Homens de Finnagan! Seu Rei morreu honrosamente em batalha! Mas vos digo! Sua rainha ainda vive, diante de vocês! Com a espada de vosso Rei! Salve a rainha!
Por todo o campo ouvia-se perguntas. Mas que rainha? Temos uma rainha? Logo esta fala foi substituída, quando a arma lendária começou a brilhar pela magia de Berivele, eles conheciam, o nome da arma, e sabiam a lenda, que a arma brilharia, em momento de trevas, para proteger a rainha, de todos os males do mundo. De repente, todos gritavam freneticamente – Salve a rainha! Salve!
Os generais agora mudavam sua estratégia, era ataques totais, frenéticos liderados pela espada, Berivele se espantou, não estava mais brilhando por sua magia, a espada dominava o corpo de Berivele, era como se fosse seu braço, sua mente, a espada que antes ardia como uma tocha, agora parece um incêndio na multidão, uma forte luz azulada emanava de Berivele e sua montaria, era como um deus, em meio a seu exercito.
Berivele lança magias devastadoras em todo lado, seu exercito parecia maior que antes, um a um todos os inimigos caiam, Berivele se isolara em meio ao exercito inimigo, era invencível, o poder da espada, protegia Berivele e sua montaria contra golpes normais, e poucas magias que lhe lançavam, nem o Rei inimigo entendia, o porque daquele monstro em campo de batalha, seus magos perguntavam a ele a todo o momento o que fazer, nada era efetivo contra aquela besta.
Rei Teodor – vejam pó si mesmos, este é o poder verdadeiro do Rei Lauro, é por ele que viemos, com ele dominaríamos o mundo, mas agora vejo que errei, mais de metade de meus homens já caiu perante aquela espada, sem contar a outra parte levada pela onda frenética daqueles guerreiros loucos.
O cavaleiro negro então se aproximou, imponente, e ergueu sua lança.
Cavaleiro Negro – Meu Rei, já derrotei este Rei inimigo uma vez, farei de novo! Magos! Coloquem todos os feitiços possíveis em minha carne, irei matar o seu monstro.
Poucos minutos depois, estava o cavaleiro, indo em direção a besta, mais e mais cabeças rolavam, os dois logo se encontraram, logo os guerreiros se afastaram, era um duelo, de poderosos, não deveriam interferir, ambos os lados acreditavam fervorosamente em seus representantes, logo desceram os dois dos cavalos, o cavaleiro sacou sua espada longa, trocaram golpes, era defesa e ataque perfeitos, o cavaleiro tinha uma precisão incrível, já Berivele, a defesa suprema, a espada do cavaleiro era mágica também, logo cortes começaram a aparecer em Berivele, então o cavaleiro previu o fim e pos a falar.
Cavaleiro – Meu nome é Galfgarion, pena meu Rei ser um fraco, e ter de me por a lutar em seu lugar, mas já o derrotei uma vez, e agora retornas das cinzas, para me desafiar? Desta vez irei garantir tua morte!
Berivele – Eu já penso diferente, irei vingar meu rei! Trazendo a gloria a Finnagan, que pelo visto, trouxe inveja aos olhos do vosso reino.
Berivele já estava cansada, não agüentava mais, precisava matar o cavaleiro, para que a moral das tropas inimigas morressem e a batalha acabasse, foi então que ela decidiu, usar de sua magia, fortaleceu a espada, e seus braços, para um único golpe preciso, Berivele então ergueu a arma, preparou para a estocada, deu um salto, retirou sua proteção, e a deixou somente na espada, foi então que espada e armadura, ambos mágico colidiram, com varias magias carregadas em ambas, o sabre se partiu, a armadura trincou, e logo virou pó, o cavaleiro enterrou com desespero sua espada no braço de Berivele, e o arrancou logo depois, com o braço e a espada no chão, O cavaleiro se precipitou, para o golpe de misericórdia, mas esqueceu que seu inimigo não era guerreiro, talvez tenha passado esse detalhe em sua mente, quando ele viu o sorriso de Berivele, que rapidamente conjurou uma lança de energia, e facilmente atingiu o peito nu do cavaleiro, a lança o trespassou, acabou, poucos minutos depois, o Rei Teodor já estava capturado, Berivele caiu, longe dos clérigos, e das proteções dos magos, seu sangue correu pelo campo, ela olhou para a espada partida, mas ainda assim brilhante e majestosa, e resmungou algo, que parecia uma jura de amor, para logo depois fechar seus olhos.