sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Jovem e o Mestre #1

          Era uma manhã fria. Daquelas que as pessoas preferem ficar em baixo das cobertas. Simon saiu de casa pouco agasalhado. Era fato que não sentia muito frio. O cão de seu mestre estava próximo, numa espécie de cabana improvisada. A idéia era boa, mas o cão ainda passava frio. Com passos calmos, Simon caminhou até lá e ficou analisando a estrutura por um momento. E juntamente sem a percepção de Simon, seu mestre o analisava de dentro do casebre que o mesmo chamava de alojamento.

          O garoto deu algumas voltas e murmurava idéias que logo morriam. Ele planejava e arquitetava algo simples e que pudesse manter o animal confortável. E por mais absurdas as idéias que lhe vinha, ele havia se apegado a sua primeira, mandar o cachorro para dentro da casa do mestre. Decidiu por fim ir ter com o mestre.

          Parado em frente à porta do grande mestre, com apenas suas pernas finas e de poucos verões ele tomou coragem. Sem muito que hesitar, ele bate a porta. Alguns momentos de espera e reflexão das palavras. Então a porta finalmente se abria para ele. Era o seu mestre, com sua evidente barriga e estatura baixa, por onde caia uma bela barba até a altura do umbigo.

- Que queres tu, Simon? É manhã ainda.

- Senhor, estive observando seu cachorro...

- Lobo.

-Lobo? Isso! Então, estive observando ele e não parece agradável para ele esta casa que você fez.

- Simon, ele não é um lobo?

- Sim, ele é. O senhor mesmo o disse.

- Acha que ele morreria no habitat natural ele?

- O que é habitat, mestre?

- O lugar onde ele vive. Onde sua espécie costuma viver.

- Acho que vive bem então. Mas porque ele fica com essa aparência inquieta?

- Não é porque somos fortes que não sentimos dor ou nos tornamos invencíveis, simplesmente temos uma chance maior de enfrentar tais situações. E também, ele sabe que deve manter-se ali, ou por fim caíra doente na primeira viagem que fizer na neve.

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